Não há como pensar na teluridade sem, naturalmente, pensar em Thoreau. Exímio naturalista e criticista da época como nenhum outro, Henry David Thoreau colocou em toda a sua acção a filosofia que pregava. Todos os seus passos na vida eram ponderados, com uma naturalidade de filósofo e homem da natureza e como tal, filosofia era coisa que ressaltava em todos os seus feitos. O alicerce desse modo de pensar, o príncipio por que regia toda a sua vida era claro e infalível – conhecimento já escrito por Platão – nosce te ipsum.
Era no conhecimento de si próprio que residia a resposta para a verdade, verdade essa que existia na natureza, no respeito e no conhecimento dela. Para Thoreau, o homem bem sucedido era aquele que vivia de acordo com a sua verdade e não aquele que buscava desenfredamente o apego a objectos e fins que não alimentam a sabedoria humana, apenas a libidinagem.
Thoreau fora o homem mais civilizado da sua época mas, para muitos, era de todos os homens o mais incivil. O seu fundamento instrutor era de todos o mais basilar – o mais verdadeiro e substancial – viver segundo as leis essenciais da natureza.
Diz Thoreau em “Walden ou a vida nos bosques” que “nenhum ser bruto requer mais do que comida e abrigo” e que “a maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos da vida não só são dispensáveis como constituem até obstáulos à evolução da humanidade”.
Thoreou não propõe o retrocesso da humanidade e de todo o seu conhecimento compendiado, mas o retorno e a consequente valorização dos bens essenciais à vida humana. Entende-se assim o regresso ás origens.
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